Especialistas discutiram nesta quinta-feira (02) a cooperação entre Brasil e Itália na produção de móveis na região Norte. O debate foi idealizado pelo Centro de Estudos e Debates Estratégicos (Cedes) da Câmara dos Deputados.
Destaque na produção e design de móveis, a Itália realiza há 30 anos parceria com o setor moveleiro amazônico formado por pequenas e médias empresas. A iniciativa tem apoio do centro tecnológico italiano (COSMOB), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Sistema S.
O faturamento resultante da parceria é privado e não há transferência direta de recursos públicos nos negócios.
O consultor italiano especializado em desenvolvimento local, Emilio Beltrami, explicou que a rede de apoio aos produtores de móveis no Amazonas conta com 21 instituições de ciência e tecnologia que prestam assistência a 250 micro e pequenas. A dinâmica é que as empresas apresentem suas demandas em “pontos de atendimento” que são distribuídas aos centros tecnológicos. Ele disse que esse modelo já é bem sucedido no setor madeireiro de Manaus e do Pará.
O debate vai fundamentar um estudo sobre escolas de ensino superior e desenvolvimento regional, de relatoria do deputado Vítor Lippi (PSDB-SP). O objetivo do estudo é incentivar a constituição de Centros de Desenvolvimento Regional, aproximando as Instituições de Ensino Superior à realidade onde se inserem, tendo como foco suas potencialidades, a incorporação de inovações tecnológicas, de processos produtivos e de gestão mais eficientes.
Pequenas empresas
Para o Embaixador da Itália, Antônio Bernardini, esse tipo de cooperação ajuda a mudar o perfil das pequenas e médias empresas, como ocorreu em seu país. “As pequenas empresas italianas representam hoje organizações avançadas que estão ligadas às especificações produtivas dos diversos territórios, são responsáveis por cerca de 90% da produção”, disse. “Muitas delas, a partir dos desafios decorrentes da globalização, souberam reinventar-se e criar novas saídas para a crise” acrescentou.
O deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) elogiou a iniciativa e sugeriu que parcerias semelhantes sejam aplicadas no Distrito Federal. “Essa dependência do governo federal chegou no limite e nós precisamos buscar outras alternativas para a sobrevivência que privilegiem o desenvolvimento”, frisou.
Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Roberto Seabra